quarta-feira, 26 de agosto de 2009









Não é extraordinário pensar que dos três tempos em que dividimos o tempo - o passado, o presente e o futuro -, o mais difícil, o mais inapreensível, seja o presente? ? O presente é tão incompreensível como o ponto, pois, se o imaginarmos em extensão, não existe. Algo que se prende sempre ao passado, aos tempos antigos vividos. Mesmo assim, sentimos a passagem do tempo. E se procurarem saber porque é que todas as imaginações humanas, frescas ou murchas, tristes ou alegres, se voltam para o passado, curiosas de nele penetrarem, acharão sem dúvida que o passado é o nosso único passeio e o único lugar onde possamos escapar dos nossos aborrecimentos quotidianos, das nossas misérias, de nós mesmos. O mundo presente não merece que se faça nada por ele, uma vez que aquilo que subsiste num momento pode desaparecer no momento seguinte. A isso que damos o nome passado, algo que passou e não volta atrás. Onde foram cometidos erros que agora não podemos voltar atrás e apagá'los mas sim, no presente, corrigi'los. É difícil havermo'nos com os erros do nosso tempo. Se os enfrentamos ficamos desacompanhados, e se nos deixamos apanhar por eles não ganhamos com isso nem glória nem alegria.


Que divisão de tempo tão estranha. Vivo no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho.




1 comentário:

  1. Não devemos dividir o tempo, apenas recorda-lo e saborea-lo.
    Será que realmente vives o presente? Ou vives um presente, com o corpo no passado? Isso não é viver... é adiar aquilo que um dia terá de ser feito.
    bonita fotografia :)

    transparência das asas*

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